Os Benefícios da Atividade no Pós-Parto
(Última parte)
Dando continuidade à série sobre exercícios físicos na gestação, é preciso mencionar que ao se ter um bebê, nas primeiras 48 horas é fundamental realizar exercícios respiratórios que acalmam e dão tonicidade muscular ao diafragma, abdômen e costelas. Logo nas semanas iniciais, a coluna lombar ainda se encontra muito rígida e dolorosa, limitando movimentos de tronco, sendo assim é indicado praticar exercícios que envolvam alongamento suave, afinal a produção do hormônio relaxina ainda é feita até os próximos 5 meses, propiciando grande estiramento ligamentar, principalmente na região dos quadris e púbis – lembra-se da realização de contrações no períneo e lábios vaginais para reativação dos músculos que foram alargados na saída do bebê.
Como curiosidade, após cerca de 30 dias já é comum a prática de relação sexual, pois o órgão genital já permite tal movimentação. E coincidentemente é nesse prazo que os médicos liberam para atividade física, dependendo se houve pontos ou não na vagina. Na cesariana segue o mesmo tempo, mas com uma limitação apenas: exercícios localizados no abdômen ficam para 60 dias após o parto. O restante permanece igual em ambos os casos, realizando atividades de força muscular moderada e alongamento suave.
Algumas regiões que formam o assoalho pélvico necessitam de fortalecimento, como a musculatura glútea, abdominal, do períneo e interna de coxa (adutores), por causa de toda a mobilização corporal durante a gestação e pós-parto. Fortificar os membros superiores também se tornam vitais na manutenção de força para carregar o bebê e para aquisição de uma boa postura na região cervical e dorsal. Por último, se exercita as pernas, que vão dar o suporte para aguentar caminhar e passear com o filhinho, além de ajudar no retorno venoso e diminuição de edemas.
Um fato não pode ser esquecido: nessa fase começa o período de lactação para amamentação do bebezinho que geralmente é até os dois anos de vida. O cuidado é em não exagerar nas atividades aeróbicas, não podendo ser de alta intensidade, mais de 70% do VO2Máx (número referente a capacidade máxima que um indivíduo absorve oxigênio). Existe um medo de que o leite possa diminuir de quantidade dessa forma, mas na verdade, o que ciência consegue comprovar é que não há diminuição, mas sim um aumento desproporcional do nível de ácido lático (substância liberada em estresse muscular), causando a rejeição do bebê ao leite materno pelo sabor que se torna diferente. Só há redução do aleitamento quando há uma má alimentação e desidratação. Oriente-se com seu educador físico e nutricionista sobre isso.
THIAGO SOARES PERSONAL
CREF: 025751
Profissional de Educação Física
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