A SOLIDÃO DA LUA
Sou a solidão da Lua, um coração que desconhece a razão,
Sou uma incógnita, um ponto de interrogação.
Sou a ilusão, a imensidão.
Sou emoção, sou a batida do coração.
Sou o segredo da noite sombria.
Sou prosa, sou verso, sou poesia.
Sou a corda bamba das palavras traduzidas em melodia.
Sou sorriso, alegria e o brilho do dia.
Sou um tesouro escondido nas profundezas.
Sou uma figura sem rosto por trás das letras.
Sou o tempo perdido e as horas findas.
Sou um amontoado de letras, pontos e vírgulas.
Sou a Lua que muda de fases.
Sou a inconstância das marés.
Sou um rascunho, inacabado, rabiscado e muitas vezes apagado.
Sou a dualidade das palavras.
Sou a idealização do amor.
Sou lágrima e dor.
Sou o frescor da manhã.
Sou a fortaleza da árvore e a delicadeza da flor.
Sou a curva sinuosa da estrada.
Sou o grito de independência das amarras da vida.
Sou o esconderijo da segurança perdida.
Sou a solidão da madrugada.
Sou a escuridão da noite sem Lua.
Sou o peso da palavra não dita.
Sou o desejo reprimido.
Sou um dia nublado, o temporal e a tempestade.
Sou a folha perdida nas ondas do ar.
Sou a transparência das águas do mar.
Sou a partitura de uma doce canção.
Sou uma voz carregada de emoção.
Sou o milagre da vida e o mistério da morte.
Sou a inspiração que resiste à realidade.
Sou o Sol da meia-noite.
Sou um coração que chora enquanto o rosto, teimoso, sorri.
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